Abstract This article is a brief reflection on the trajectory of the term aluá, questioning how a single denomination was ultimately assigned to various unrelated Brazilian fermented beverages differentiated by several widely agreed factors such as the fermented base elements (corn, rice, or pineapple) and preparation techniques utilized (which may include simmering and insalivation of the must, for example). How did these elements become intertwined in the collective perception and vocabulary to reflect a pact of semantic adequacy in which a single term applied to distinct beverages? In an attempt to find an answer, we map the few mentions and descriptions of these fermented products which appear in a variety of Portuguese-language documents spanning a long period of Brazilian history. Ultimately, we maintain that different names with flexible definitions, coupled with a lack of common objectivity in determining how certain beverages were designated, underwent changes in meaning as different fermented products were also developed and became common parts of daily life in Brazil, and were ultimately referred to as aluás because of common elements in their preparation.
Resumo O presente artigo tem por objetivo tecer uma breve reflexão acerca da trajetória do termo ‘aluá’. Questiona-se como uma mesma denominação terminou por designar bebidas fermentadas brasileiras diferentes, apartadas por quesitos amplamente pactuados como fatores de distinção, notadamente os elementos de base postos a fermentar, no caso, o milho, o arroz ou o abacaxi, e as técnicas empregadas em sua feitura, que podem ou não, por exemplo, incluir o cozimento e a insalivação do mosto, entre outras variáveis. O que possivelmente se entremeou e como se deu esse processo para que a percepção e o vocabulário coletivos refletissem um pacto de adequação semântica em que uma só designação comportaria beberagens distintas? Para tentar responder à questão, realiza-se um mapeamento das não muito numerosas menções e descrições dessas bebidas, numa documentação variada em língua portuguesa que contempla um amplo recorte da história brasileira. Ulteriormente, argumenta-se que alcunhas de significações flexíveis, pareadas à falta de objetividade comum do que determinava a maneira como certas beberagens eram designadas, sofreram alterações de sentido na medida em que diferentes fermentados também eram desenvolvidos e trivializados no cotidiano brasileiro, terminando por serem ulteriormente referidos como aluás em razão de elementos comuns em seu preparo.